quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Assim, de repente.

No instante em que meu olhar deitou-se sobre ele, senti que, enfim, minha busca havia sido encerrada. Não pude conter um risinho de satisfação, típico de criança que encontra o presente escondido. Meu suspiro de alívio e prazer foi tão profundo que me assuste, supondo que o gemido satisfeito de minha alma pudesse ser ouvido.
Enquanto meus olhos passeavam por ele de longe, mordisquei os lábios. Imaginei o que poderia dividir com ele, o quanto teria a ver comigo. Em minha fantasia, vi eventos sociais elegantérrimos e até mesmo passear a tarde pelas calçadas praianas... sem problema para o happy hour com as amigas ou os segredos do cinema. Uau! Ele era perfeito e, a esta altura, já me perguntava como não o vira antes.
De repente, enquanto espiava sorrateira, o reluzir d e uma discreta fivela me fez sucumbir. Não tinha mais jeito, estava vencida e sabia que, se apenas fosse embora, acabaria escrava de meus pensamentos repletos de "serás.".
Imediatamente percebi que não importava o preço que teria que pagar para tê-lo. De alguma forma ele já fazia parte de mim, de meus planos. Ignorar o momento equivaleria a negligenciar meu desejo mais profundo.
Sem titubear , saquei meu cartão de crédito feliz por minha nova conquista: Aquele par de sapatos seria meu para sempre ou ao menos enquanto durasse.
Quem disse que não há finais felizes para paixões avassaladoras?


Quando acreditamos no que fazemos ou queremos o que realmente importa é nossa visão, o quanto valor aquilo tem para nós. Nem sempre a opinião dos outros nem sempre condiz com nossos senhos ou é a mais sensata. Assim, esqueça o jargão " A voz do povo é a voz de Deus", preciso lembrar do que houve com Jesus depois do grande coro de " Crucifica-o, Crucifica-o." Você sabe o que quer e precisa.
Apaixone-se por seus objetivos!!!



domingo, 14 de fevereiro de 2010

Algo além na catástrofe

Vai longe o tempo em que "As águas de Março" pareciam tão agradáveis. Hoje despencam céu abaixo de janeiro á janeiro, inesperadas, assustadoras. Cotidianamente recebemos novas, não tão boas, mundo a fora sobre tempestades vorazes, devastando vidas. Nestas horas, e ainda bem, há aqueles que se dispõe a ajudar e apoiar, socorrer, verdadeiros anjos de arriscando pelos outros. Podemos, em crises como estas, perceber algo da bondade humana. O desconforto geral, costuma fazer com que mi e, não se sabe de onde, uma onda talvez até involuntária de compaixão. Nem pense o leitor que se trata de uma crítica a estes gestos inesperados, porém muito necessários. Mas, fico aqui imaginando como seria se isto fosse uma constante. Ah não, não vamos desenhar um mundo utópico, cheio de pessoas perfeitas que se amam e se apoiam. Algo mais óbvio e leve. Onde anda a responsabilidade social? Onde está o Governo que ruge alto o bastante para contar com nossos próprios recursos para evitar que ruas fiquem alagadas e pessoas destas regiões, desprovidas de condições de sanar sozinhas o problema, percam ainda aquilo que lhe cabe. De que valem as reuniões dos grandes chefes de estado, se efetivamente, o que pode ser feito, não se faz. tapa-se o sol, aqui e ali, mas é só. Sustentabilidade é palavra da moda, como fashion week ou qualquer coisa assim. Quem tem o poder deliberadamente oferecido por nós, reles eleitores, não toma decisões efetivas. E nós, não menos culpados, deixamo-nos levar pela onda, como se, de fato, não fosse nosso este poder. É sim, mais fácil tornar-se massa de manobra e dar gritos e pionatr rostos para mudar história. Ai, ai, nós e nosso acõmodo. Como se o aquecimento global não afetasse a todos, como se o excesso de carros nas ruas fosse apenas um ótimo sinal de que este mercado está crescendo, como se nada, na verdade, fizesse parte de nossas vidas. Mas, faz. Tanto que, quando a crise aparece, estendemos as mãos para o outro, seria o caso de amanhã sermos nós em seu lugar? Não estou hasteando a bandeira de nenhum movimento radicalista partidário, que muda a rima, mas, não a melodia de nada. Apenas pensando na vida, no que se tornou imprevisto, na inconstância. Talvez você pense agora "Mas, eu não posso mudar tudo sozinho". É verdade, mas, com certeza, pode influenciar tudo ao seu redor. Vamos pensar no quebra-cabeças: a união de pequenas peças forma a figura. Que figura estamos tentando formar? Porque gastamos mais no remendo que na criação. Porque frustramo-nos mais ante casas e vidas destroçadas que na partilha justa. Porque o que super aquece, está em nossas casas, nossas ruas, faz parte de nossas vidas e nos acostumamos tanto a tudo, que já não sabemos mais viver sem isto. Porém, pensando no conjunto, no todo, cuidamos de nós mesmos. Sempre. A exemplo de Jesus que deu sem a espera do retorno, que possamos, você eu, estender a mão ao outro, antes mesmo que tudo se perca. É pau, é pedra, é mesmo o fim do caminho.... e as promessas de vida, ficam onde mesmo?