domingo, 14 de fevereiro de 2010

Algo além na catástrofe

Vai longe o tempo em que "As águas de Março" pareciam tão agradáveis. Hoje despencam céu abaixo de janeiro á janeiro, inesperadas, assustadoras. Cotidianamente recebemos novas, não tão boas, mundo a fora sobre tempestades vorazes, devastando vidas. Nestas horas, e ainda bem, há aqueles que se dispõe a ajudar e apoiar, socorrer, verdadeiros anjos de arriscando pelos outros. Podemos, em crises como estas, perceber algo da bondade humana. O desconforto geral, costuma fazer com que mi e, não se sabe de onde, uma onda talvez até involuntária de compaixão. Nem pense o leitor que se trata de uma crítica a estes gestos inesperados, porém muito necessários. Mas, fico aqui imaginando como seria se isto fosse uma constante. Ah não, não vamos desenhar um mundo utópico, cheio de pessoas perfeitas que se amam e se apoiam. Algo mais óbvio e leve. Onde anda a responsabilidade social? Onde está o Governo que ruge alto o bastante para contar com nossos próprios recursos para evitar que ruas fiquem alagadas e pessoas destas regiões, desprovidas de condições de sanar sozinhas o problema, percam ainda aquilo que lhe cabe. De que valem as reuniões dos grandes chefes de estado, se efetivamente, o que pode ser feito, não se faz. tapa-se o sol, aqui e ali, mas é só. Sustentabilidade é palavra da moda, como fashion week ou qualquer coisa assim. Quem tem o poder deliberadamente oferecido por nós, reles eleitores, não toma decisões efetivas. E nós, não menos culpados, deixamo-nos levar pela onda, como se, de fato, não fosse nosso este poder. É sim, mais fácil tornar-se massa de manobra e dar gritos e pionatr rostos para mudar história. Ai, ai, nós e nosso acõmodo. Como se o aquecimento global não afetasse a todos, como se o excesso de carros nas ruas fosse apenas um ótimo sinal de que este mercado está crescendo, como se nada, na verdade, fizesse parte de nossas vidas. Mas, faz. Tanto que, quando a crise aparece, estendemos as mãos para o outro, seria o caso de amanhã sermos nós em seu lugar? Não estou hasteando a bandeira de nenhum movimento radicalista partidário, que muda a rima, mas, não a melodia de nada. Apenas pensando na vida, no que se tornou imprevisto, na inconstância. Talvez você pense agora "Mas, eu não posso mudar tudo sozinho". É verdade, mas, com certeza, pode influenciar tudo ao seu redor. Vamos pensar no quebra-cabeças: a união de pequenas peças forma a figura. Que figura estamos tentando formar? Porque gastamos mais no remendo que na criação. Porque frustramo-nos mais ante casas e vidas destroçadas que na partilha justa. Porque o que super aquece, está em nossas casas, nossas ruas, faz parte de nossas vidas e nos acostumamos tanto a tudo, que já não sabemos mais viver sem isto. Porém, pensando no conjunto, no todo, cuidamos de nós mesmos. Sempre. A exemplo de Jesus que deu sem a espera do retorno, que possamos, você eu, estender a mão ao outro, antes mesmo que tudo se perca. É pau, é pedra, é mesmo o fim do caminho.... e as promessas de vida, ficam onde mesmo?

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